Coluna Na Cara do Gol – por Hugo do Vale
A realidade era diferente num passado não tão distante. Clubes sem divisão, campanhas inconstantes marcadas por vexames e, principalmente, sofrimento do maior patrimônio do clube, o torcedor.
Torcedor que vem a cada dia se mostrando ser a base do sucesso e solidificação dos clubes, sendo interpretado da melhor forma possível pelos gestores, que investem para num retorno de maior fidelidade e, consequentemente, financeiro.
E essa maturidade vem atingindo todos os setores dos clubes.
Com planejamento e estratégia redefinidos, os clubes saem do âmbito local para algo mais amplo, mais ambicioso, mantendo a sobriedade nas horas de maior calor emocional. Isso é importante. Hoje, felizmente para o nosso futebol, são raras as vezes que vemos dirigentes exageradamente passionais.
Ora, para qualquer gestor que se preze, o clube tem que ser visto como empresa, desde o tratamento para com seus funcionários até o desejo de atingir metas a cada ano que, neste caso, são as conquistas em campo e fora dele.
Levar em conta o custo benefício no processo de construção das equipes também foi e continua sendo uma das chaves para o sucesso. Soma-se a isso o crescimento exponencial da estrutura física, patrimonial, administrativa e financeira que marcam a trajetória, especialmente de Ceará e Fortaleza, nesses últimos 10 anos.
Deixar de viver só de venda de ingressos ou ficar refém de contratos com veículos de comunicação e passar a investir em programas de sócios-torcedores, na venda de materiais com marca própria e no poder de negociação para venda imagem é um ótimo caminho que não deve ter volta.
Para não dizer que só falei dos dois principais clubes do estado, o Floresta merece um destaque. Depois do acesso para a Série C conquistado no domingo (10/01), combinado com as demais conquistas nos últimos anos, O Verdão da Vila ajuda a colocar o futebol cearense no topo do Nordeste: agora são sete representantes garantidos no Brasileirão da próxima temporada, três em regionais e possibilidade real de termos dois cearenses em competições Sul- Americanas.
Isso mesmo, meus amigos. Deixamos de ser só Ceará e Fortaleza, deixamos de ficar satisfeitos com simples participações em Copas do Brasil. Ficamos mais exigentes e entendo que isso não é só vaidade e sim a consciência lúcida de que sempre podemos mais.
*Essa coluna é publicada às quartas-feiras