Presidente da Federação Pernambucana diz que cearenses não são referência: ‘Fazemos igual há anos ‘

Únicos nordestinos na Série A do Brasileirão, Ceará e Fortaleza representarão o futebol da região em 2022. No entanto, para Evandro Carvalho, presidente da Federação Pernambucana de Futebol, isso não é suficiente. Segundo afirmou o mandatário, os clubes alencarinos não são referência e não há nada de novo no que vem sendo feito. Ele ainda disse que os clubes de Recife fazem igual há anos.

O Ceará foi finalista da Copa do Nordeste e se classificou para a Sul-Americana em dois anos seguidos e está indo para sua quinta temporada na Série A. O Fortaleza, quarto colocado no Brasileirão, semifinalista da Copa do Brasil e melhor nordestino na história da primeira divisão de pontos corridos, garantiu vaga para a fase de grupos da Libertadores. Porém, esses feitos não são o suficiente para que o presidente da FPF os veja como referência no futebol.

“O que Ceará e Fortaleza realizam é o que os clubes do Recife fazem. São clubes sociais, patrimoniais e estatutários. A diferença é que eles não têm patrimônio. Mas têm o mesmo estatuto. Essa questão de dizer que o clube é profissional é uma falácia, porque o Sport também é. Não há nada que os clubes do Ceará fizeram que os de Pernambuco não tenham feito. É a mesma gestão”, disse Evandro Carvalho em entrevista exclusiva ao Diário de Pernambuco.

Enquanto que Sport foi rebaixado para a Série B do Brasileirão, Náutico ficou apenas em oitavo na Segundona e o Santa Cruz retornou ao martírio da última divisão após 10 anos, Ceará e Fortaleza conquistam feitos importantes com títulos regionais e classificações para torneios internacionais. Além disso, ambos têm investido na estrutura de suas sedes e cada um tem um centro de treinamentos voltado as categorias de base. Porém, o dirigente da Federação de Pernambuco insiste que os cearenses olham apenas para o futebol dentro das quatro linhas e os coloca como inferiores ao pernambucanos por não terem estádios próprios.

“Nós temos, em Pernambuco, um problema que era solução quando, há 100 anos, criamos o modelo de patrimônio. O torcedor dos clubes têm sentimento de pertencimento e devem entender que as equipes, como o Sport, que tem o maior patrimônio do Brasil, têm uma despesa monumental com a manutenção do patrimônio. É muito difícil, neste modelo atual, competir. Ceará e Fortaleza não têm estádio, nem sede. Esses clubes entenderam que são times de futebol e não clubes sociais. Assim, investem tudo que é arrecadado em futebol”, finalizou Evandro Carvalho.