Sobrinha de Ronaldo, Kaká Angelim brilha no futebol feminino e faz gol idêntico ao do tio: “incentivo tá no sangue”

Na temporada 2009, Ronaldo Angelim entrou para a história do futebol nacional ao marcar o gol do título do Brasileirão para o Flamengo, encerrando um jejum de 17 anos. Um dos maiores jogadores cearenses, ele segue ligado ao futebol, presidindo o R4, clube feminino de Juazeiro do Norte. No início do mês de setembro, a equipe foi campeã da Copa Replay e o que chamou ainda mais atenção foi o gol da conquista, anotado pela sobrinha dele, Kaká Angelim, também de cabeça, em jogada muito parecida.

Camila de Lima Angelim tem 20 anos e atua como volante. Ela é natural de São Paulo, mas desde cedo foi criada em Juazeiro do Norte. Kaká, como é conhecida, nunca jogou profissionalmente, atuando apenas pelo R4. Em entrevista ao portal Torcida K, ela revela que possui o desejo de se profissionalizar e que, obviamente, o incentivo para a prática do futebol vem de berço.

“Sempre gostei muito de futebol, desde muito nova já brincava com meus primos, com meus 15 anos comecei levar o futebol mais a sério e sonhando em um dia jogar profissionalmente. O incentivo tá no próprio sangue, minha família inteira é apaixonada por futebol, tanto os homens como as mulheres também”, comenta a jogadora.

No início de setembro, aconteceu a final da Copa Replay de Futebol Feminino. O R4 enfrentou o Feminino Cariri na decisão. O gol solitário da partida aconteceu aos 34 minutos do segundo tempo. Escanteio cobrado pela esquerda, Kaká apareceu entre as marcadoras e cabeceou para o gol, sem chances para a goleira. O tento assegurou o título para seu clube. Ela admite a semelhança entre os lances.

Nossa, demais! Eu mesma fiquei muito surpresa vendo um vídeo comparando os dois gols foi muito parecido mesmo.
Kaká Angelim

A competição foi realizada em Barbalha e idealizada por Toni Sousa, do Canal Replay. Seis equipes participaram. Arclébio Santos foi o técnico do R4 no torneio. Kaká enalteceu a Copa e destacou a importância do evento para o futebol feminino da região do Cariri. A jogadora ressalta a visibilidade que os jogos trouxeram para os clubes e as atletas.

“Foi um título de grande importância pra mim, por eu ter sido titular durante toda a competição, por ter conseguido efetuar com excelência o que foi confiado a mim e por ter sido meu o grande gol da vitória. Muito importante essa competição aqui na região do Cariri, a Copa Replay está de parabéns pela organização, acho de grande importância esse tipo de projeto no Ceará, deram uma ótima oportunidade de visibilidade para as jogadoras do Cariri e para todo o futebol feminino. Espero que o projeto se prolongue por muito mais tempo, abrindo portas para novas atletas”, destaca Camila.

O R4 disputa competições na região. Ainda de forma amadora, o clube tem como objetivo se profissionalizar. Ronaldo Angelim tem esse desejo e, por enquanto, vai investindo em participações regionais. Kaká é uma das jogadoras mais antigas do clube, tendo vivenciado as várias fases ao longo dos últimos anos.

Kaká, ao fundo, durante a final da Copa Replay | Foto: Divulgação

Eu amo meu time, amo jogar pelo R4. Viramos uma grande família, sou uma das primeiras atletas, sempre estive presença e vivi cada fase dessa equipe, muito bom ver de perto toda a trajetória e o quanto a gente evoluiu.
Kaká Angelim

O Campeonato Cearense de Futebol Feminino nesta temporada está previsto para começar no dia 9 de outubro. A competição conta com seis equipes participantes: Ceará, Fortaleza, Guarany de Sobral, Tianguá, São Gonçalo e a Menina Olímpica. Neste ano, Ceará e Fortaleza tentaram o acesso para a elite do Campeonato Brasileiro, mas ficaram pelo caminho. Questionada sobre possíveis melhorias e investimentos na categoria, Kaká Angelim se mostra otimista, mas ressalta que é necessário apoio em várias frentes.

“Com toda certeza! Será possível se pessoas influentes como nosso amigo Toni Sousa, o Ronaldo Angelim, o site Torcida K entre outros continuarem dando importância para o futebol feminino no Ceará com bons projetos e visibilidade. Será possível se empresários e técnicos se juntarem para alavancar times que já são muito bons e profissionalizá-los. Acho que a gente já está num caminho bom, mas sempre dá para melhorar”, opina Kaká.