De volta à meta Tricolor após mais de um ano no banco de reservas, o goleiro Marcelo Boeck, ícone do ressurgiento do Fortaleza nos grandes palcos do futebol brasileiro, voltou a sentir a emoção de estar em campo vestindo a camisa Tricolor, no jogo diante do Corinthians, pela Série A do Campeonato Brasileiro, no último domingo, quando a equipe venceu o time paulista por 1×0.
Um dos heróis da subida da Série C à elite do futebol nacional disse falou sobre o turbilhão de sensações que teve ao enfrentar e vencer um dos maiores clubes de futebol do país, sobretudo com a lembrança dos momentos difíceis que vivenciou no Leão. “A gente sabe da expressão que é jogar um jogo da Série A, contra adversários deste nível, desse quilate, aquilo que nós sempre sonhamos, sempre desejamos e a gente poder ter esse resultado positivo dentro de casa, fazer o resultado que nós fizemos e conseguir a pontuação que a gente conseguiu e poder… Eu, no caso, poder voltar e participar disso, ter a parcela, dar um pouco da contribuição pra poder, no todo, a gente conseguir o resultado, é sempre muito gratificante, porque a gente fez a Série C, a gente sonhou em ter grandes jogos, grandes momentos, em poder botar o clube no devido lugar e hoje nós estamos vivendo isso. Isso é muito gratificante, nos motiva”, relatou.
Lembranças de 2017 e motivação no “agora”
As lembranças de 2017 ainda permeiam a mente do camisa 1 do Leão. Recordar, até mesmo ao transitar pelas vias da cidade, de tudo o que aconteceu após o jogo diante do Tupi-MG, quando o Tricolor consegiu o acesso à Série B, emociona Boeck. E a possibilidade de, ao olhar para trás, ver o quanto o clube evoliu, motiva o atleta. “Você poder lembrar, toda vez que você passa na rua, “ver” a nossa chegada de Juiz de Fora, o caminho que a gente fez na carreata, e, hoje, a gente poder ir pra um Castelão duelar com as grande equipes do Brasil, eu aho que isso é motivo de orgulho não só dos jogadores, mas de toda instituilão Fortaleza. É motivo de orgulho não só dos jogadores, mas de toda. Não tem uma motivação melhor que você fazer parte de um clube que, no cenário nacional, estava desacreditado no cenário nacional há oito anos e agora pode viver um grande sonho no final do ano”, projetou.
Boeck tem motivos para comemorar. O atleta chegou ao Fortaleza em tempos difíceis. Mas as dificuldades o fizeram mais forte e hoje o jogador compartilha com os companheiros a experiência de quem sofreu, mas venceu. “Às vezes, os jogadores que chegam não tem a noção de tudo o que nós passamos. Hoje, eles veem Pici da maneira que está e nunca imaginam que a gente “comeu poeira” aqui para estacionar o carro; que a gente ficava debaixo da arquibancada, e são momentos que a gente passa pra dar valor e cabe a nós, que ficamos, relembrar o que passamos, porque, às vezes, nós ficamos mal acostumados com o “tão bom” que nós estamos vivendo e esquecemos de como foi tão duro e teve o sacrifício, pra gente alcançar isso tudo”, desabafou.
Apesar de toda emoção e do carinho da torcida, Boeck tem os pés no chão. Ele reconhece o momento do seu companheiro de clube, Felipe Alves e sabe que o momento é de se orgulhar em fazer parte do grupo, sem briga ferrenha pela titularidade. “Não é nem questão de briga; hoje a gente tem noção de que o Felipe [Alves] vem jogando e vem jogando bem. Acho que o grande barato que a gente tem é o Fortaleza ter dos grandes profissionais que lutam pela titularidade e que competem de uma forma respeitosa, juntamente com o Max, juntamente com o Kenedy, que são dois bons goleiros e que a gente está aqui pra fazer o Fortaleza vencer”, analisou.
Futuro do goleiro deve ser permanência no Pici
Indagado sobre o futuro, o goleiro Leonino disse não pretender parar agora, mas que, no futuro, pretende seguir no Fortaleza em outra carreira. “Enquanto eu tiver condições físicas e mentais para ajudar – e eu acho que ainda tenho – no dia que eu perder aquele friozinho da barriga que é na hora que eu for entrar contra um Corinthians e eu ainda sinto o pouco do nervosismo de querer estar em campo; no dia que eu perder isso, é o dia que eu não vou estar mais aqui e, quem sabe – eu já estou começando a estudar para isso – e, quem sabe, se for a vontade de Deus e do Fortaleza, que eu possa permanecer depois de alguns anos como atleta, eu poder ser funcionário, treinador, diretor, aquilo que for da vontade”, finalizou.