Técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda está aproveitando as férias com sua família na Argentina, seu país natal. Eleito melhor treinador do Brasileirão 2021, o técnico do Leão deu entrevista ao Tiempo Argentino e falou sobre o futebol brasileiro, exaltando principalmente a parte técnica individual e a paixão do jogador brasileiro pelo esporte da bola redonda.
“Encontrei um futebol muito rico na parte técnica. O Brasil foi pentacampeão mundial e os jogadores brasileiros estão em todo o mundo. Eu não tenho uma língua muito estranha. Eu penso: ‘Este joga bem ou mal’. Verifiquei e certifiquei o que vemos no dia a dia, como o lateral brasileiro joga bem. O jogador brasileiro tem seu caráter”, enalteceu o treinador leonino.
Há sete meses comandando o Tricolor do Pici, o argentino foi campeão do Campeonato Estadual, terceiro semifinalista na Copa do Brasil e terminou em quarto no Brasileirão, conseguindo a inédita vaga à Libertadores. Com passagens por comandos técnicos de clubes de seu País, como Defensa y Justicia, Talleres, Huracán e Newell’s Old Boys, clube em que Lionel Messi deu seus primeiros passos como atleta de base, Vojvoda fez uma comparação entre os jogadores brasileiros e os argentinos. Para ele, o futebol jogado no País do Futebol é de arte, a imprevisibilidade do drible ou um gol de uma forma que ninguém espera.
“Você vai para o exterior e eles perguntam em que se destaca um jogador argentino e falam em personalidade. O brasileiro se destaca por jogar bem. Quem dribla, faz um drible que você nunca viu. Quem finaliza o gol, finaliza com uma parte do pé e você não sabe como vai cair a bola ou as chuteiras e piruetas. Como técnico você vê tudo, mas em certas situações fala: ‘Aqui no Brasil estou assistindo futebol de base’. O futebol que se joga quando é criança”, disse Vojvoda ao portal argentino.
Nas várias viagens que fez pelo País para defender a camisa do Fortaleza nas competições disputadas, ele pôde ver de perto o dia a dia de conhecer a estrutura de clubes de pequeno à grande porte. O treinador, que comanda um dos times que mais viajou pelo Brasil, um país de tamanho continental, comentou sobre o calendário apertado, o número excessivo de viagens e a vontade dos jogadores quererem entrar em cada partida, mesmo quando uma é bem próxima à outra.
“Eles jogam a cada três ou quatro dias e todos querem estar lá (em campo). Os jogadores se concentram, jogam, se concentram, jogam. Eles vivem entre hotéis e aviões. E também aproveitam a vida. O treino escurece e eles continuam jogando. Dez horas da noite acontecem os jogos nas praias iluminadas de Fortaleza. Adotei isso, mas no dia a dia meu trabalho é profissional. Utilizo esse espírito ‘amador’ do jogador brasileiro para canalizá-lo para uma metodologia de trabalho, dentro do que pretendo. Quando você treina, você treina do tático para o físico. Não deixo tudo por conta da inventividade do jogador, minha mentalidade não permite. Quero que meu time jogue como eu quero, adaptando-se às circunstâncias, aos jogadores. Mas, sim, desde que gostem de jogar futebol, eles o aperfeiçoam. Eles melhoram por meio do prazer”, finalizou.
Que legal…!!
Esta foi uma visita excelente, gostei muito, voltarei assim
que puder… Boa sorte..!