Eleito um dos melhores gramados da Copa do Mundo de 2014, a Arena Castelão vive, 7 anos após o Mundial do Brasil, uma situação extremamente diferente no que diz respeito à qualidade de seu tapete verde. Abrigando uma carta excessiva de jogos há quase dois anos ininterruptamente, situação agravada com a indisponibilidade do PV, que foi transformado em hospital de Campanha para as vítimas da Covid-19, em 2020, o Gigante da Boa Vista foi alvo de crítica de atletas, treinadores e dirigentes nesta temporada.
A insatisfação com o estado do gramado daquela praça esportiva ficou evidente em pesquisa realizada pelo programa Esporte Espetacular, da rede Globo, com atletas e treinadores que disputaram o Campeonato Brasileiro 2021. Ao lado do Maracanã, o gramado da Arena Castelão foi eleito o pior da Competição.
A votação foi feita com os 20 capitães das equipes que disputaram o Torneio, bem como os treinadores destas agremiações. Dezenove atletas e dezesseis treinadores, em votação secreta, emitiram seu parecer. Dentre os votantes, 14 afirmaram que o Castelão possuía o pior gramado do Brasileirão, mesma votação obtida pela Maracanã. Em terceiro lugar, ficou a Ilha do Retiro, com 4 votos. A Arena da Baixada recebeu 2 votos e a Arena Pantanal 1 voto.
A má reputação do atual estado do gramado do estádio resume um ano de polêmicas e reclamações de atletas e dirigentes em relação ao campo de jogo do equipamento. Durante o Brasileirão, atletas de Ceará e Fortaleza foram as redes sociais e protestaram contra o mau estado do campo. No alvinegro, jogadores como Bruno Pacheco, Lima, Vina e Richard foram protestaram com postagens com as hastags #ArrumaOCampo e #TáHorrível. O então técnico da equipe, Guto Ferreira, também andou criticando o local e disse que o campo de treinos do Vovô tinha qualidade bem superior ao da Arena. Pelo Leão, Marcelo Boeck, Titi e Osvaldo também se manifestaram com as mesmas hastags.
Outra polêmica envolvendo o gramado do Castelão aconteceu em junho, no Clássico-Rei pela Copa do Brasil, que terminou empatada em 1 a 1. Ao fim do primeiro tempo, revoltado com o gols sofrido que, segundo ele, ocorreu com a ajuda do gramado, o goleiro Felipe Alves, do Leão, arrancou uma placa da grama na pequena da área da meta que defendera no primeiro tempo e detonou o estado do campo de jogo, afirmando que o local estava um lixo.
Em julho, a Secretaria de Esporte e Juventude (Sejuv) e Superintendência de Obras Públicas do Eatado do Ceará publicaram portaria conjunta proibindo jogos em um intervalo menor que 48h no Equipamento. A medida, por sua vez, causou indignação de Ferroviário e Floresta, tiveram algumas de suas partidas pelo Campeonato Brasileiro da Série C e pela Copa do Nordeste vetadas de serem realizadas no Estádio. Pela competição regional, o Ferroviário precisou ir jogar na Arena das Dunas, em Natal, após ser impedido de jogar na Arena Castelão.
Na época a Secretaria de Esportes e Juventude justificou os vetos pela portaria conjunta baixada e informou que o estádio era a Praça de Esportes que mais abrigava jogos de futebol de todo o País e que o órgão vinha tomando diversos cuidados de forma a garantir o uso do gramado até o final da temporada quando uma reforma mais complexa seria feita no local.