Na última semana, uma notícia ficou em manchete no futebol brasileiro. Clubes das séries A e B se uniram com o objetivo de criar uma liga par integrar as 40 equipes que disputam ambas as competições. São Paulo, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos (Série A) e Cruzeiro e Ponte Preta (Série B) assinaram um documento para a aprovação.
Representantes do futebol cearense no Campeonato Brasileiro, Ceará e Fortaleza, no entanto, são contra a criação da liga nos termos propostos inicialmente. Em nota compartilhada, ambos entendem que a divisão de receitas não seria igualitária para todos, algo que tornaria as disputas desiguais. Em outros lugares do mundo, as ligas trabalham com o método de cota compartilhada.
Confira a nota de Ceará e Fortaleza:
“Clubes das séries A e B discutem contraproposta para criação da Liga A maioria dos clubes de futebol integrantes das séries A e B do Campeonato Brasileiro segue em seu esforço pela criação da Liga de Clubes e, com esse objetivo, se reuniu na tarde desta sexta-feira para discutir os critérios que nortearão, em bases sustentáveis e justas, o equilíbrio de forças no futuro. Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais. Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premiere League, por exemplo. Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes. Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos. A criação da Liga entre os 40 clubes será a oportunidade de se mudar efetivamente o futebol brasileiro e esse objetivo não pode se subordinar a interesses individuais de alguns, petrificados há décadas na superioridade de recursos. Sabemos que não seria justo buscar igualdade total de receitas, mas sim equanimidade e melhor distribuição. O futebol brasileiro não avançará sem que haja um consenso entre os 40 clubes das séries A e B de que a justa distribuição de receitas gerará maiores oportunidades na disputa.“
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