Noite de 10 de junho. O árbitro Bruno Arleu de Araújo apitava pela última vez no Clássico-Rei que definiu o classificado para as oitavas de final da Copa do Brasil. No placar, vitória do Fortaleza por 3 a 0 e, dentre os vários atletas alvinegros que, atônitos, deixavam o gramado, um chamava a atenção. Caído ao chão, o lateral-esquerdo Bruno Pacheco chorava copiosamente e era consolado não apenas por colegas de equipe mas também por adversários, até se levantar e, ainda em prantos, se dirigir para os vestiários.
As lágrimas do defensor alvinegro eram a personificação do sofrimento de atletas e torcedores alvinegros com o dilatado placar adverso contra o maior rival.
Cinquenta dias se passaram e Ceará e Fortaleza voltam a se encontrar. Desta vez, pelo Campeonato Brasileiro. O momento do Vovô também é diferente. O time está na sétima colocação do Brasileirão e ostenta uma sequência invicta de nove partidas.
Novamente, Bruno Pacheco vestirá a camisa 6 do Ceará no Clássico. Desta vez, porém, o jogador projeta um final diferente do último encontro entre os dois times. Um final feliz e com sorrisos alvinegros. O jogador relembra o que sentiu naquela noite de eliminação para o rival, mas faz questão de deixar a tristeza no passado e focar no presente.
“Era uma mistura de sentimentos. De frustração, de não poder ter tido um resultado melhor e que nos serviu de aprendizado. Não é porque eu saí chorando que eu ia baixar a cabeça. [Hoje] É um outro momento, mais uma oportunidade de ganhar o Clássico e a gente está trabalhando pra isso. Sabemos as dificuldades que iremos encontrar, mas clássico a gente tem que conseguir a vitória”, afirmou.
Lateral diz que derrotas para Rival ficaram no passado
Pacheco diz ter tirado lições, mas esquecido os últimos Clássicos-Rei. Para o lateral, o sentimento do grupo alvinegro é de desejo de vencer o Fortaleza. “A gente sempre quer ganhar o clássico. Passou, não tem mais volta. Temos agora uma grande oportunidade de buscar a nossa vitória, o que importa é o que vem pela frente, o que passou a gente não tem mais como recuperar”, disse.
Indagado se o jogo no meio da semana contra o CRB poderia ser um fator complicante para o Fortaleza no jogo de domingo, Pacheco disse que sequer cogita considerar tal fator. “Se a gente pensar dessa forma, a gente já sai atrás. Tem profissionais do outro lado, competentes. A gente teve a oportunidade de jogar contra times que descansaram no meio da semana e a gente deu trabalho ou ganhamos. A gente tem que pensar que a gente tem condições de vencer e a gente vai jogar pra vencer. Independente se eles jogaram no meio da semana ou não, a gente tem que fazer a nossa parte e não se preocupar tanto com o outro lado”, sentenciou.
Mistura de sentimentos
O atleta disse saber da importância de uma vitória no Clássico não só para o futuro do clube no campeonato, mas para a autoestima do torcedor. Segundo ele, clássico é um jogo que mexe com sentimentos. “Clássico envolve todo tipo de sentimento diferente; do torcedor, um sentimento da cidade. É uma situação que todo mundo quer jogar. Nós jogadores também, todo mundo quer jogar, quer mostrar e vencer clássico sempre é bom”, finalizou.
Ceará e Fortaleza entram em campo domingo (1°), às 20h30, na Arena Castelão pela décima quarta rodada do Brasileirão.
Ceará perde de novo..