*Coluna Jogando em Casa – por Kaio Cézar
O Ferroviário era líder da Série C do Campeonato Brasileiro quando, em setembro de 2020, foi surpreendido. Segundo nota publicada no site do clube à época, um e-mail encaminhado pela Federação Cearense de Futebol e um ofício do Governo do Estado do Ceará reforçavam a solicitação da Confederação Brasileira de Futebol para que o Tubarão da Barra indicasse uma nova praça esportiva para seus jogos, de forma a evitar o desgaste do gramado da Arena Castelão.
Uma proposta, de cara, absurda e uma justificativa ainda pior.
Ora, se o clube, em média, tinha dois jogos em casa por mês, seria essa a melhor solução para o problema do gramado? Claro que não.
Prova disso é que o Ferroviário, mesmo em protesto, saiu de lá e o gramado permaneceu em péssimas condições.
Dez meses depois – dez meses! – a Secretaria do Esporte e Juventude (Sejuv) e a Superintendência de Obras Públicas do Estado do Ceará (SOP) publicaram portaria conjunta que estabeleceu intervalo mínimo de 48 horas ininterruptas entre as partidas realizadas na Arena Castelão, com a mesma referência: preservação do gramado.
Ótimo. O Ferroviário agora poderá jogar, imaginou-se.
“Não!”
Após a CBF – a mesma que fez aquela solicitação lá em 2020 -, ciente das novas regras, marcar o jogo entre Ferroviário e Juazeirense para o próximo dia 19, uma data que não guarda intervalo de 48h para a partida entre Ceará e Palmeiras, prevista para dia 20, foi essa a desarrazoada resposta da Secretaria do Esporte e Juventude.
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E, repare, não é um jogo qualquer. Ferroviário e Juazeirense decidirão, em partida única, quem avança na luta por uma vaga na Copa do Nordeste de 2022, uma das principais e mais rentáveis competições do país, fundamental para o calendário e o planejamento de qualquer equipe nordestina. Jogar em casa seria uma das vantagens do time coral.
Sem a CBF mudar a data de um lado e sem o Governo do Estado do Ceará, do outro, aceitar sua súplica para jogar na Arena – duas soluções que a portaria também considera -, o Tubarão da Barra terá que atuar em Natal, a mais de 500 km do seu torcedor, uma vez que o Estádio Presidente Vargas e o Elzir Cabral não estão em condições. No mínimo, uma injustiça.
Fechar as portas do nosso principal estádio ao Ferroviário neste momento é, portanto e diante das circunstâncias, uma medida descabida e sem qualquer alegação aceitável. É, sim, a expulsão de uma das nossas equipes mais tradicionais e, por consequência, um aviso de despejo aos demais clubes – com exceção de Ceará e Fortaleza – de um equipamento de todos os cearenses e que deveria estar a serviço do esporte estadual.
O Castelão saiu das mãos do povo para virar instrumento de desaforo com sua própria história.
Concordo plenamente! Obrigado por ser uma voz lúcida!!!
Isso é uma verdadeira palhaçada, estão monopolizando o futebol, esquecendo toda a história do futebol cearense e suas tradições, um verdadeiro desrespeito com o público cearense em geral, Sr governador e presidente da CBF tenham mais empatia por todos os torcedores!!!