*Coluna Jogando em Casa – por Kaio Cézar
“Corda” é algo que se pega com facilidade por aqui. E me parece que parte da torcida do Ceará e até mesmo da imprensa tem sofrido desse mal nas últimas semanas. Guto Ferreira fora do Ceará? Sei que ninguém é insubstituível, mas no momento, a meu ver, a situação do Vovô pede equilíbrio e não mudanças drásticas.
Digo isso baseado na própria experiência alvinegra. Em 2020, a esta altura, o Ceará – de Gordiola – era vice-lanterna do Brasileirão e vinha de quatro jogos sem vitória (Sport 3 x 2 Ceará, Ceará 1 x 1 Grêmio, Atlético/MG 2 x 0 Ceará e Ceará 0 x 3 Vasco), nem por isso Guto foi demitido. Pelo contrário, permaneceu e, com ele, o Ceará fez a melhor campanha do clube na era de pontos corridos da Série A, classificando-se para a Sul-Americana. Foi o melhor nordestino da competição.
Ademais, é importante lembrar a nova regra para mudança de técnicos, a qual só permite uma troca – desde que a decisão de demitir seja do clube -, podendo o segundo treinador também ser demitido, mas para um auxiliar do time assumir. Isso muda a dinâmica e cobra ainda mais moderação das diretorias em momentos de crise. Se Guto sair, quem fica? E será que o novo técnico, conhecendo o elenco com a competição em andamento, teria condições de permanecer até o fim?
Repito e acrescento: é precipitada a discussão sobre saída de Guto Ferreira.
O Ceará é 12º colocado na elite. Fez um excelente jogo contra o Grêmio, um péssimo diante do Santos e dois razoáveis – com ausências importantes e com erro clamoroso de arbitragem – contra Chapecoense e Bahia. A cobrança em torno do técnico e do elenco se dá mais em função do que eles deixaram de ganhar na primeira parte da temporada, principalmente diante do rival Fortaleza, e menos pelo que vêm apresentando em campo no momento. Isso é perigoso.
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