Coluna Camisa Clássica – Por Junior Ribeiro
Guto Ferreira completou um ano à frente do Ceará. Em 18 de março de 2020, o técnico foi contratado para substituir Enderson Moreira, que na ocasião assumiu o Cruzeiro. E como é comum da profissão, não há tempo para comemorações. Neste sábado (20), às 16h, o alvinegro tem um grande desafio pela Copa do Nordeste, o Clássico-Rei contra o Fortaleza, comandado justamente pelo seu antecessor.
Dentro deste um ano, o carismático Guto Ferreira conquistou o título da Copa do Nordeste e uma importante classificação para a Sul-Americana. Porém, a passagem não foi apenas de pontos positivos. O início foi difícil e diferente. Sim, por conta da pandemia, que estava no começo, Guto trabalhou de forma remota e só treinou presencialmente em campo com o elenco em junho.
O primeiro grande questionamento ao trabalho de Guto veio em meados de julho, após uma derrota para Fortaleza na segunda fase do Estadual. A vitória magra contra o Ferroviário dias depois não foi suficiente para acalmar as críticas.
Porém, a fase decisiva da Copa do Nordeste na Bahia no fim daquele mês foi crucial. Triunfo diante do Vitória, classificação à final em um novo Clássico-Rei e a conquista da “Lampions” em cima do Bahia, vencendo os dois jogos. O atacante Cléber foi o grande destaque, anotando gols nas duas finais. Voltando ao Cearense, as finais foram disputadas com quase um mês de diferença, no fim de setembro e na terceira semana de outubro. O título do Estadual ficou com o Fortaleza, que venceu na ida e na volta.
O Campeonato Brasileiro foi um caso especial. O Ceará venceu o campeão Flamengo nos dois turnos, atingiu com tranquilidade a marca simbólica dos 45 pontos, flertou com a pré-Libertadores, mas a queda de desempenho após se livrar matematicamente do rebaixamento acabou tirando o alvinegro da principal competição continental. Porém, a equipe garantiu vaga na Sul-Americana e disputará no mínimo seis partidas internacionais. Guto se tornou o primeiro técnico do Ceará a começar e terminar um Brasileirão Série A na era dos pontos corridos.
Virando a chave e falando sobre a temporada 2021: até agora, mandando a campo um time alternativo, dois empates pela Copa do Nordeste, na estreia contra o ABC e num jogo bem abaixo contra o Altos. Houve também uma derrota para o Ferroviário, pelo Cearense 2021. O único triunfo veio diante do Vitória, por 3 a 1. Por isso, o Clássico-Rei ganha ainda mais importância neste sábado. Guto Ferreira poderá escalar seus principais jogadores e já tem à disposição os reforços como Yony González e Steven Mendoza. Uma vitória dá moral neste início de temporada, mas uma derrota pode atenuar os tropeços que aconteceram anteriormente.
Após exatos um ano de Guto Ferreira no Ceará, o saldo é positivo. Um título invicto do Nordeste, bom desempenho no Brasileirão, vaga na Sul-Americana e boas perspectivas para a temporada 2021, que começou há pouco tempo. E é nesta expectativa que mora o perigo. Mesmo perdendo peças, o clube conseguiu se reforçar bem, trouxe nomes internacionais. É bem verdade que falta ainda achar definitivamente um novo companheiro para Luiz Otávio.
A cobrança por parte da torcida será maior, espera-se bom futebol e resultados positivos nas competições que o alvinegro disputará nesta temporada. E o calendário reserva muitos compromissos: Estadual, Copa do Nordeste, Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão. O desafio será corresponder as expectativas com um elenco qualificado e de grande investimento.
Camisa Clássica: os dois rivais lançaram camisas temáticas para a Copa do Nordeste. O Ceará tem uma cinza chamada Sertão Alvinegro e o Fortaleza tem uma branca chamada Luar. Veremos o contraste das duas camisas em campo neste sábado.
Na prancheta: Richard (João Ricardo); Gabriel Dias, Luiz Otávio, [um novo zagueiro], Bruno Pacheco; Fabinho, F. Sobral, Vina; Yony, Jael (Vizeu), Mendoza. Não de forma imediata, mas esta poderá ser a escalação do Ceará dentro de algumas semanas.
Adiamento: aproveito também para lamentar a situação ocorrida com o Ferroviário e outros nove clubes que disputariam partidas da Copa do Brasil na quinta-feira. Um gigantesco problema de logística, reflexo desta tentativa de fazer futebol pensando mais no calendário que na saúde dos envolvidos. O Ferroviário viajou na quarta sem saber se ia ter jogo, teve que ficar em Goiânia e só retornou para a capital no fim da noite de quinta. Incluindo escalas e uma viagem de ônibus para Brasília. Absurdo.
*Esta coluna é publicada semanalmente
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