O técnico Anderson Batatais foi apresentado oficialmente ao Ferroviário nesta quarta-feira (8). A missão do novo comandante é recuperar uma equipe que chegou a liderar a classificação de seu grupo na Série C do Campeonato Brasileiro e que, agora, está há 7 jogos sem vencer e fora da zona de classificação. O treinador, que havia deixado o clube em 2020 para assumir a função de auxiliar técnico de Vágner Manicini, no Atlético-GO, e que depois seguiu com o treinador para o Corinthians, disse que retornar ao Peixe foi uma decisão pensada. Para ele, reassumir a equipe Coral é um grande desafio.
“A vida é feita de desafios e eu preciso estar sempre mem movimentando pra me manter aceso nesses desafios. Eu tenho o hábito de dormir cedo e recebi o telefonema no sábado, por volta de meia-noite e pouco, pensei, domingo à noite com minha esposa, que estava comigo em Belo Horizonte e nós entendemos que agora é o momento de se ter o mesmo êxito, que tive como auxiliar, como treinador. A gente sabe da responsabilidade, que vai ser muito grande, mas isso faz parte da nossa roupa, a gente sabe que todo lugar que você for vai ter jogos decisivos para vencer”, disse.
Sobre sua saída para o Dragão, Batatais disse que foi uma escolha difícil e que foi, em maior parte, motivada pela questão da segurança financeira em tempos de pandemia. O novo comandante do Ferrão disse, inclusive, que, se soubesse o andamento que o futebol tomaria naquele momento, não teria largado o Peixe.
“Foi um momento diferente, era começo de pandemia. Na verdade, a gente não sabia o que ia acontecer no futebol. Então, naquele momento eu procurei ter um pouco mais de segurança porque a gente sabe que a gente tem que pagar as contas no final do mês e a gente não sabia o que ia acontecer. Se eu soubesse que ia acontecer o que nós vivemos até aqui eu teria ficado. E também não sei o que vai acontecer a amanhã, porque o futuro pertence a Deus pertence e a gente tem que tentar se planejar certinho ser o mais correto e sincero possível para que onde você passe você deixe legado. Só voltei para o Ferroviário porque fiz um excelente trabalho com todos aqui, com direção, comissão técnica, e com o torcedor, que acabou abraçando o trabalho”, afirmou.
Sobre planos para o futuro da equipe e até mesmo reforços, o treinador desconversou. Segundo ele, o que todos no clube precisam vivenciar até segunda-feira é o jogo diante do Paysandu, que, para ele, será vital a fim de se saber as pretensões da equipe no restante da Série C.
“Viver o dia a dia, viver o Paysandu com intensidade, porque se o campeonato terminasse hoje estaríamos fora. O adversário de hoje é o Paysandu e se a gente não vencer o Paysandu vai ficar praticamente impossível de conseguir passar”, sentenciou.
Batatais também falou sobre o aspecto psicológico do grupo. Indagado sobre a fase do atacante Edson Cariús, o técnico disse que irá conversar com o atleta, mas também com todo o grupo para evitar que pressões excessivas possam atrapalhar o rendimento dos atletas.
“Eu acho que o Cariús é a foto do que tá acontecendo, ele não vive bem, o grupo também não, não tá passando por um bom momento e por não estar vivendo um bom momento eu estou aqui. Se tivesse vivendo um bom momento aqui, com certeza estaria o Diá dando entevista aqui hoje. O Cariús a gente vai ter que entender o que está passando na cabeça dele, porque também tem o lado de ser idolo, às vezes quer dar uma resposta, e você tem que entender que você só joga em uma posição, não adianta colocar as dez camisas e correr que não vai dar certo, então acho que talvez, chegando o Anderson Batatais aqui, ou chegando o Luxemburgo, quem for, é preciso entender estes momentos que eles estão passando e tentar ajudar. Então, a gente vai tentar ajudar o Cariús e também ajudar aquele que não teve oportunidade ainda de estar jogando. É vida nova para todo mundo, não só para o Cariús, isso é importante numa fase final de campeonato, então nós temos de tentar colocar os “pingos nos is” e direcionar todo mundo. Sei que o pânico bate porque não é a primeira vez que isso acontece com o Ferroviário, mas a gente tem que ser muito equilibrado pra tentar equilibrar aqueles que podem decidir pra gente”, finalizou.
O Ferroviário enfrenta o Paysandu na próxima segunda (13), às 15h, no estádio Franzé Morais, em Itaitinga.